sexta-feira, 19 de agosto de 2011

E Cuba?


Um universo misterioso e muito, mas muito diferente. Talvez por isso tão atrativo.

O que será Cuba além dos clichês que nos chegam? Ou será que os clichês são um retrato da realidade?

E Cuba, como anda?

Uma vez, mais ou menos em 2006, fui a uma palestra de um designer cubano (David Alfonso Suarez - “Design 100% Cubano”,) e foi incrivelmente sedutor ver como ele descrevia o modo de criar em Cuba. Cartazes pequenos, serigrafia, um ou duas cores.
(Mas almejamos isso em algum momento ou era atraente apenas porque soava irreal e poético?)

E agora, depois de algum tempo e, frente a frente com uma excelente campanha do Run Havana Club, voltei a pensar em como Cuba é, como era, como pretender ser...

A Havana Club é uma das únicas marcas internacionais que existe em Cuba e 50% da empresa pertence ao governo:

TRECHO ENTREVISTA AD AGE

Ad Age: Existem outras marcas além de Cuba Havana Club?

Yves Schladenhaugen: Somos a única marca cubana com alcance global. Há também Cohiba, mas o mercado dos charutos é mais de nicho. A Cohiba não faz grandescampanhas publicitárias..

... Em Cuba, a publicidade do Run Havana só é possível em pontos de venda e nos freeshops, nas ruas não há publicidade alguma.

Yves Schladenhaugen é diretor de marketing da marca, francês e vive etrabalha em Cuba há três anos.

Sendo um dos importantes elos de Cuba com o mundo, a marca tem grande responsabilidade no que ela diz, e diferente de uma marca de bebida qualquer, ela promociona não só a empresa, como o país, a cultura, a original Cuba. A campanha está em 27 países, excluindo os EstadosUnidos.


“Quando você bebe, não dirige.
Deve ser por isso que nossos carros duram tanto”

Veiculada com um mix completíssimo de mídia tipicamente capitalista, a campanha defende um conceito que, de acordo com o diretor Geral da Havana Club International SA - Marc Beuve-Méry, “destaca a informalidade, paixão e generosidade da cidade”.



Sem saber ainda se esse fragmento do nosso (ou meu) imaginário romântico de Cuba é real ou não, a Havana Club vende um povo exótico, alheio aos problemas de choques de culturas e identidade.

Por agora, ainda continuo buscando algo mais real de Cuba.

Há apostas por todo lado que afirmam que os cubanos desejam ver imagens aspiracionais e distantes da realidade, assim como qualquer um que cresceu imerso ao capitalismo. Será?

Para complementar: “ O presidente da DDB Latina, Juan Carlos Ortiz, colombiano que cursou cinema em Cuba, escreveu o seguinte em sua obra “Cortos”: “Com relação ao resto do planeta, o marketing flui de maneira inversamente proporcional em Cuba. No mundo todo, as pessoas estão sempre interligadas e avançam como uma coletividade, desbravando um espaço que se tornar cada vez mais interativo. Em Cuba, a distância, o silêncio e o isolamento do indivíduo são prioridades, garantindo que a ilha se feche cada vez mais".

Entrevista completa com Yves Schladenhaugen no Ad Ages e versão traduzida na Meio & Mensage

obs.: muito interessante ver a imagens da campanha tomarem vida em micro vídeos disponíveis no site na marca.

nothingcomparestohavana


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